Como o sono saudável influência o crescimento, desenvolvimento cognitivo e bem-estar infantil
- Introdução
O sono é um processo biológico fundamental para a saúde e o desenvolvimento humano. Não à toa, atingimos aproximadamente um terço de nossas vidas dormindo. Durante a infância, entretanto, a importância de um bom sono se torna ainda mais evidente, pois é nesse período que o cérebro e o corpo estão em pleno crescimento e maturação. Um sono adequado reflete não apenas a disposição física das crianças, mas também a sua capacidade de aprendizagem, regulação emocional, consolidação de memória, funcionamento imunológico e outros aspectos cruciais para a formação de um indivíduo saudável.
Infelizmente, em um mundo cada vez mais conectado e acelerado, problemas de sono tornam-se relativamente comuns também entre crianças. A exposição às telas até tarde da noite, a rotina agitada dos pais e a falta de uma “higiene do sono” adequada podem ocasionar desde dificuldade para adormecer até distúrbios mais graves, como insônia e apneia do sono. Nesse cenário, entenda o que é um sono de qualidade e por que ele é tão essencial para as crianças torna-se uma tarefa fundamental para pais, educadores e cuidadores em geral. Neste artigo, exploraremos em profundidade os diferentes aspectos que tornam o sono infantil de qualidade relevante, incluindo o impacto na saúde mental, no desempenho escolar e no desenvolvimento físico. Também discutiremos as faixas horárias recomendadas de acordo com a idade, estratégias para criar rotinas noturnas específicas e os principais fatores que podem melhorar esse processo natural. Ao final, você encontrará referências científicas com links que apoiam as ideias apresentadas, como um ponto de partida para aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre o tema.
- O Papel do Sono no Desenvolvimento Infantil
2.1. Crescimento Físico e Regulação Hormonal
Um dos fatos mais conhecidos sobre o sono infantil é que grande parte do hormônio de crescimento (GH ) é liberado durante o estágio de sono profundo. Esses hormônios são responsáveis por estimular o crescimento de ossos, tecidos e músculos, além de contribuir para a manutenção de diversas funções metabólicas. Nos primeiros anos de vida, o corpo da criança trabalha intensamente para se desenvolver de maneira saudável, e o sono de qualidade é um ingrediente chave nesse processo.
Além disso, outros hormônios importantes para a regulação do apetite e do metabolismo, como a leptina e a grelina, têm sua produção e liberação afetadas pela qualidade e pela quantidade de sono. Quando uma criança dorme um pouco ou mal, pode ocorrer um desequilíbrio hormonal que aumenta a sensação de fome ou dificulta a saciedade, predispondo ao ganho de peso e a outros problemas de saúde no futuro.
2.2. Desenvolvimento Cognitivo e Aprendizagem
O cérebro da criança está em constante evolução, criando novas conexões neurais e refinando aquelas já existentes. Nesse sentido, o sono atua como um grande aliado para consolidar as informações adquiridas ao longo do dia. Durante os estágios de sono profundo e sono REM (movimento rápido dos olhos), ocorrem processos importantes de consolidação de memória, organização das informações e fortalecimento das conexões sinápticas.
Estudos demonstram que crianças bem descansadas tendem a apresentar melhor rendimento escolar, maior capacidade de atenção e solução de problemas (Mindell & Owens, 2010). Em contrapartida, a privação de sono ou um sono fragmentado levam a déficits de memória operacional, dificuldades de concentração e até mesmo maior irritabilidade, impactando de maneira negativa o aprendizado.
2.3. Regulação Emocional e Comportamental
O sono também está diretamente ligado à saúde mental e emocional das crianças. Uma criança que dorme mal pode apresentar maior impulsividade, crises de birra, dificuldade em lidar com frustrações e outros comportamentos solicitados. Isso acontece porque o cérebro utiliza o período de descanso para “reiniciar” algumas funções relacionadas ao controle emocional. Sem esse “reset”, a criança tende a reagir de forma exagerada a estímulos que, em condições normais, seriam administrados de maneira mais tranquila.
Segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP), um sono adequado diminui a probabilidade de problemas comportamentais e emocionais, além de reduzir a hiperatividade e o estresse (American Academy of Pediatrics, 2016; link ).
2.4. Fortalecimento do Sistema Imunológico
O organismo utiliza o período de sono para realizar reparos celulares e fortalecer o sistema de defesa contra infecções e doenças. A liberação de substâncias imunorreguladoras, como as citocinas, é influenciada pela qualidade do sono. Dessa forma, as crianças que dormem desejam tendem a apresentar uma resposta imunológica mais robusta, sendo menos suscetíveis a resfriados, gripes e outras infecções.
- Quanto sono as crianças precisam?
A quantidade de sono necessária varia de acordo com a idade, pois cada fase do desenvolvimento apresenta demandas fisiológicas e diferentes. A National Sleep Foundation (Hirshkowitz et al., 2015; link ) e a American Academy of Pediatrics fornecem recomendações específicas:
- Recém-nascidos (0-3 meses): de 14 a 17 horas de sono por dia (incluindo sonecas).
- Lactentes (4-11 meses): de 12 a 15 horas de sono por dia (incluindo sonecas).
- Crianças pequenas (1-2 anos): de 11 a 14 horas de sono por dia (incluindo sonecas).
- Pré-escolares (3-5 anos): de 10 a 13 horas de sono por dia (incluindo sonecas).
- Crianças em idade escolar (6-12 anos): de 9 a 12 horas de sono por dia.
- Adolescentes (13-18 anos): de 8 a 10 horas de sono por dia.
É importante ressaltar que essas faixas são recomendadas. Há variações individuais, e algumas crianças podem se sentir plenamente descansadas com uma hora a menos (ou a mais) de sono. Porém, se os pais observarem sinais de sonolência diurna, dificuldade de concentração e irritabilidade, pode ser sinal de que o tempo de descanso é insuficiente ou de que existe algum fator prejudicando a qualidade do sono.
- Principais Problemas do Sono na Infância
4.1. Insônia Infantil
Embora a insônia seja frequentemente associada ao público adulto, crianças também podem apresentá-la. Nesse caso, pode manifestar-se como dificuldade para iniciar o sono ou como despertares frequentes ao longo da noite. As causas são variadas, incluindo estresse, ansiedade, inconsistência na rotina noturna e até mesmo causas fisiológicas, como refluxo ou alergias que atrapalham a respiração.
Quando a insônia persiste e afeta o dia a dia da criança (dificuldade de acordar para ir à escola, cansaço excessivo, queda de desempenho escolar etc.), é aconselhável procurar orientação médica ou de um especialista em sono infantil.
4.2. Apneia Obstrutiva do Sono
A apneia obstrutiva do sono caracteriza-se por interrupções temporárias na respiração durante o sono, geralmente causadas pela obstrução parcial ou total das vias aéreas. Em crianças, fatores como amígdalas e adenoides aumentadas, além da obesidade, podem favorecer o aparecimento desse problema. Os sinais de apneia incluem ronco frequente, pausas na respiração, sono agitado e, durante o dia, hiperatividade ou sonolência excessiva.
O tratamento pode envolver desde a remoção de amígdalas/adenoides até a adoção de medidas para redução de peso, quando a obesidade está relacionada. É essencial diagnosticar e tratar a apneia, pois ela impacta a oxigenação cerebral e a qualidade geral do sono.
4.3. Distúrbios de Movimento Relacionados ao Sono
Algumas crianças apresentam movimentos rítmicos antes e durante o sono, como balançar a cabeça ou o tronco. Em muitos casos, esses movimentos são inofensivos e servem como uma forma de autoacalmia. Porém, se forem muito intensos ou habilidosos em o descanso, pode ser necessária uma avaliação profissional. Outro distúrbio é a Síndrome das Pernas Inquietas, em que a criança sente um desconforto nas pernas que a obriga a mexê-las constantemente, dificultando o sono.
4.4. Terrores Noturnos e Pesadelos
Pesadelos podem acontecer com qualquer criança, especialmente quando há algum fator que gere ansiedade ou medo. Apesar de serem lucrativos, são relativamente comuns e, em geral, não exigem intervenção profissional, a não ser que se tornem muito frequentes e intensos.
Já os terrores noturnos são episódios de pânico profundo que ocorrem durante o sono profundo, geralmente nas primeiras horas da noite. A criança pode sentar-se na cama gritando, mas normalmente não acorda completamente e não se lembra do evento na manhã seguinte. Embora sejam assustadores para os pais, os terrores noturnos em si não causam danos diretos à saúde da criança. Manter uma rotina de sono adequada e reduzir fatores de estresse costuma ajudar a minimizar essas ocorrências.
- Fatores que Afetam a Qualidade do Sono
5.1. Rotina Inadequada
Uma das principais razões para problemas de sono é a falta de consistência nos horários de dormir e acordar. Sem uma rotina previsível, o relógio biológico da criança fica confuso, dificultando o início do sono. Além disso, exibir atividades muito estimulantes (como jogos eletrônicos e programas de TV agitados) próximo ao horário de dormir podem aumentar o estado de alerta, dificultando o relaxamento.
5.2. Excesso de Tecnologia Antes de Dormir
O uso de telas (televisão, tablets, smartphones) antes de dormir é um dos maiores vilões do sono infantil. A luz azul emitida por esses dispositivos interfere na produção de melatonina, nos hormônios responsáveis por regular o ciclo de sono-vigília. Consequentemente, a criança pode demorar mais para sentir sono e ter um descanso fragmentado. Os especialistas recomendam evitar o uso de dispositivos eletrônicos pelo menos uma hora antes do horário de ir para a cama.
5.3. Ambiente de Sono Desconfortável
A temperatura do quarto, a luminosidade e até mesmo o nível de ruídos são fatores que afetam diretamente a qualidade do sono. Um ambiente muito quente ou frio, barulhento ou com muita luz pode fazer a criança acordar várias vezes durante a noite. Ajustar essas variáveis para criar um ambiente calmo e aconchegante é parte fundamental da chamada “higiene do sono”.
5.4. Estresse e Ansiedade
As crianças também estão sujeitas à pressão do dia a dia, como provas escolares, conflitos familiares ou preocupações com amizades. Esse tipo de estresse pode ser traduzido em dificuldade para pegar no sono ou em despertares noturnos. Uma boa comunicação e apoio emocional por parte dos pais ou cuidadores pode ajudar a criança a lidar melhor com esses sentimentos, promovendo uma noite de sono mais tranquila.
- Estratégias para Promover um Sono Saudável
6.1. Criar uma Rotina Noturna Consistente
As crianças se beneficiam de rituais antes de dormir que são repetidos diariamente, pois isso envia sinais ao cérebro de que é hora de relaxar e relaxar. Alguns exemplos de atividades calmantes incluem:
- Tomar um banho: ajuda a relaxar os músculos e baixar a temperatura corporal depois, o que induz o sono.
- Ler um livro : a leitura de histórias adequadas à faixa etária estimula a imaginação, mas de forma tranquila.
- Ouvir música suave : músicas calmas, em volume baixo, podem funcionar como um “convite” ao descanso.
- Evitar brincadeiras agitadas : atividades muito intensas ou competitivas podem deixar a criança em estado de alerta.
6.2. Estabelecer Horários Regulares
Definir um horário para dormir e outro para acordar, mesmo nos fins de semana, ajuda a sincronizar o relógio biológico da criança. Obviamente, algumas abordagens podem ocorrer em eventos especiais ou viagens. No entanto, quanto mais próximo do habitual o horário de dormir para desligar, mais estável tende a ser o ciclo de sono.
6.3. Limitar o uso de telas antes de dormir
Como recomendado, a recomendação é interromper o contato com dispositivos eletrônicos pelo menos uma hora antes de deitar. Nesse período, as luzes da casa também podem ser diminuídas. Esse ambiente mais escuro favorece a liberação de melatonina, ajudando a criança a sentir-se sonora.
6.4. Invista em um Ambiente Adequado
O quarto ideal para dormir deve ser um local silencioso, com temperatura agradável (por volta de 20 a 22 graus Celsius) e o mais escuro possível. Para crianças que têm medo de escuro total, podem-se usar uma luz noturna bem suave, mas evitando a cor branca ou azulada.
6.5. Praticar Atividade Física ao Longo do Dia
Exercícios físicos são ótimos para gastar energia e melhorar a qualidade do sono. Crianças ativas, que se movimentam e brincam ao ar livre, costumam adormecer mais rápido e ter menos despertares noturnos. Entretanto, atividades muito intensas perto do horário de dormir podem ser contraproducentes, pois mantêm o corpo em estado de alerta.
6.6. Cuidar da Alimentação
Recomenda-se evitar refeições muito pesadas e alimentos estimulantes, como chocolates e refrigerantes à base de cafeína, próximo ao horário de dormir. Em contrapartida, um lanche leve e equilibrado antes de deitar pode ajudar a criança a não sentir fome durante a madrugada. Exemplos incluem leite matinal, torradas integrais ou frutas que são de fácil digestão.
- O Papel dos Pais e Cuidadores na Educação do Sono
7.1. Modelagem pelo Exemplo
As crianças aprendem muito pelo que veem em casa. Se os pais costumam ficar até tarde na frente do computador ou assistindo, é natural que a criança também queira replicar esse comportamento. Ao demonstrarem uma postura respeitosa com seus horários adequados de descanso, os adultos passam a mensagem de que dormir bem é prioridade. A coerência entre o que se diz e o que se faz criar um ambiente propício para que a criança entenda a importância do sono saudável.
7.2. Comunicação e Ajustes Colaborativos
Quando uma criança já tem idade suficiente para compreender rotinas e regras, vale a pena envolver-la na construção de uma rotina de sono adequada. Explique a ela por que o sono é importante e como isso ajuda a se sentir bem pode gerar maior colaboração. Inclusive, pergunte o que ela prefere fazer como ritual de boa-noite (por exemplo, escolha a história do dia ou um jogo rápido e calmo) para fazer sentir-se parte ativa e valorizada no processo.
7.3. Atenção aos Sinais de Problemas
É fundamental que os adultos fiquem atentos a sinais de que algo não está indo bem, como:
- Dificuldade crônica para adormecer ou continuar dormindo.
- Sonolência excessiva ou cochilos muito longos fora do horário esperado.
- Mudanças drásticas de humor, irritabilidade ou queda repentina no desempenho escolar.
- Roncos frequentes ou pausas na respiração.
Se esses sintomas se mantiverem, procurar ajuda de um pediatra ou especialista em sono infantil é o melhor caminho para uma avaliação mais detalhada.
- Impactos de um Sono Inadequado a Longo Prazo
8.1. Desempenho Escolar Comprometido
O aprendizado não se limita à sala de aula. Conforme planejado, o cérebro precisa do período de sono para consolidar as informações recebidas durante o dia. A privação de sono reduz a capacidade de concentração e memória, o que pode se refletir em notas mais baixas, dificultando em acompanhar as aulas e até mesmo desinteresse pelos estudos.
8.2. Risco Aumentado de Obesidade Infantil
Crianças que dormem menos do que o necessário apresentam maior probabilidade de sofrer com sobrepeso e obesidade. Isso se dá, em parte, pela alteração na produção de hormônios relacionados à fome e à saciedade, além de contribuir para um estilo de vida mais sedentário. Vale lembrar que o problema do excesso de peso na infância tem repercussões que podem durar por toda a vida, afetando a saúde cardiovascular, os níveis de autoestima e muitos outros aspectos.
8.3. Predisposição para Problemas Emocionais e Sociais
A falta de sono prejudica a regulação emocional, tornando a criança mais propensa a mudanças de humor, ansiedade e até depressão em casos atuais. Em termos sociais, a irritabilidade e a dificuldade de concentração podem afetar a interação com colegas, dificultando a formação de amizades e gerando conflitos nos ambientes que ela frequenta (escola, família, cursos extracurriculares).
8.4. Menor Capacidade de Enfrentar Doenças
Como o corpo utiliza o sono para reparos celulares e fortalecimento do sistema imunológico, a privação crônica de sono torna a criança mais suscetível a gripes, resfriados e infecções em geral. Além disso, um organismo desgastado pela falta de descanso tem menos energia para se recuperar rapidamente de doenças, prolongando o tempo de convalescença.
- Esclarecendo Mitos Comuns Sobre o Sono Infantil
9.1. “Crianças Pequenas Não Precisam de Rotina para Dormir”
Pelo contrário, são justamente as crianças pequenas que mais se beneficiam de uma rotina bem estabelecida. Isso lhes dá segurança, pois sabem o que esperar a cada noite, tornando o processo de dormir menos turbulento.
9.2. “Se Meu Filho Não Tiver Sonecas, Ele Dormirá Melhor à Noite”
Em alguns casos, eliminar a soneca diurna pode levar a uma exaustão tão grande que uma criança passa a ter dificuldade de iniciar o sono à noite ou acordar várias vezes, devido ao excesso de cansaço. Cada faixa etária tem suas necessidades de sono diurno, que geralmente diminuem gradativamente, mas não devem ser cortadas abruptamente sem observação cuidadosa.
9.3. “Roncar é Normal em Crianças”
Embora muitos adultos ronquem ocasionais, o ronco frequente em crianças pode indicar problemas, como apneia obstrutiva do sono. Sempre que o ronco vier acompanhado de pausas na respiração ou perturbações noturnas, vale investigar com um pediatra ou especialista.
9.4. “É Normal Meu Filho Adolescente Dormir Só 5 ou 6 Horas”
A adolescência é marcada por mudanças hormonais e de hábitos de vida, mas ainda assim o recomendado é que durmam de 8 a 10 horas. Muitos adolescentes ficam acordados até tarde por conta de redes sociais ou jogos online, o que não está associado a uma simples “necessidade menor de sono”, mas sim a um comportamento inadequado que pode prejudicar o desempenho escolar e a saúde mental.
- Recomendações Práticas para Pais e Cuidadores
- Manter horários fixos : Acordar e dormir sempre no mesmo horário, dentro do possível, crie um padrão mais estável de sono.
- Estabeleça rituais tranquilos : Um banho matinal, uma história ou música suave logo antes de dormir.
- Evite telas e luzes fortes próximo ao horário de sono.
- Cuide da alimentação noturna : opte por refeições leves e evite bebidas estimulantes (chocolate, refrigerantes, chás com cafeína).
- Observe a temperatura e a luminosidade do quarto, mantendo-os em níveis confortáveis e adequados.
- Converse com a criança sobre seus sentimentos, medos e dúvidas, diminuindo a ansiedade que pode prejudicar o sono.
- Respeite a individualidade : se a criança dorme bem, concorda com a disposição e está crescendo e se desenvolvendo normalmente, é possível que ela receba a quantidade de sono ideal para sua idade.
- Procure ajuda profissional em caso de suspeita de distúrbios do sono, roncos constantes ou dificuldade de dormir persistente.
- Conclusão
O sono de qualidade é um pilar essencial para o desenvolvimento sadio das crianças, influenciando diretamente o crescimento físico, a consolidação de aprendizados, a regulação emocional e a prevenção de inúmeras condições de saúde. Para ser um processo sonoro e sujeito a influências ambientais, culturais e genéticas, é fundamental que pais, educadores e cuidadores estejam atentos aos sinais de privação de sono e promovam rotinas adequadas para garantir que as crianças recebam o descanso necessário.
Manter uma boa higiene do sono, reduzir estímulos luminosos e tecnológicos antes de dormir, estabelecer horários regulares e cuidar do ambiente e da alimentação noturna são algumas estratégias que, se aplicadas de maneira consistente, podem melhorar significativamente a qualidade do sono infantil de forma significativa. Quando se oferece a oportunidade para que uma criança descanse plenamente, o retorno vem em forma de maior disposição, equilíbrio emocional, desempenho acadêmico e um crescimento harmonioso.
Assim, entender e valorizar o sono não é “perda de tempo”: é investir no bem-estar presente e futuro das novas gerações. A criança descansada tem mais potencial para explorar o mundo ao seu redor, aprender novas habilidades, interagir de forma positiva com as pessoas e tornar-se um adulto mais saudável e resiliente.
Palavras Finais
Dormir bem não é apenas uma questão de conforto; é uma peça central no quebra-cabeça do desenvolvimento infantil. Quando as crianças recebem as horas de sono que descansam e têm um descanso reparador, todo o organismo se beneficia: do cérebro que aprende melhor ao corpo que cresce mais forte. Assim, promover hábitos de sono saudáveis, valorizar a rotina noturna e estar atento aos sinais de problemas de sono devem ser prioridades na educação e nos cuidados com os pequenos. Afinal, um sono de qualidade hoje é o alicerce de um futuro mais saudável e pleno.
Referências Científicas
- Mindell, JA, & Owens, JA (2010).
Um guia clínico para o sono pediátrico: diagnóstico e tratamento de problemas de sono (2ª ed.). Lippincott Williams & Wilkins.- Nesta obra, os autores abordam de forma abrangente os diferentes distúrbios de sono que acometem crianças e adolescentes, trazendo estratégias de manejo e orientações clínicas.
- Hirshkowitz, M., Whiton, K., Albert, SM, Alessi, C., Bruni, O., et al. (2015).
Recomendações de duração do tempo de sono da National Sleep Foundation: Resumo da metodologia e dos resultados. Sleep Health, 1 (1), 40-43.
Link para o artigo completo- Este estudo discute as recomendações de duração de sono por faixas etárias, com base em evidências científicas sobre necessidades de descanso em diferentes fases da vida.
- Academia Americana de Pediatria (2016).
Sono insuficiente em adolescentes e jovens adultos: uma atualização sobre causas e consequências. Pediatrics, 138(6), e20162938.
Disponível em- Documento que explora os impactos negativos da privação de sono em adolescentes e jovens, podendo ser extrapolado para a compreensão de problemas semelhantes na faixa etária infantil.
- Carter, B., Rees, P., Hale, L., Bhattacharjee, D., & Paradkar, MS (2016).
Associação entre acesso ou uso de dispositivos de mídia baseados em tela portátil e resultados do sono: uma revisão sistemática e meta-análise. JAMA Pediatrics, 170 (12), 1202–1208.
Resumo em- Estudo que descreve a demonstração entre o uso de dispositivos eletrônicos, como smartphones e tablets, e problemas de sono em crianças e adolescentes.
- Masoudi, M., & Baniasadi, H. (2020).
Qualidade do sono e seus fatores associados em crianças em idade escolar: uma revisão sistemática e meta-análise. Criança: Cuidado, Saúde e Desenvolvimento, 46 (5), 513–521.
Link do artigo- Revisão sistemática que investiga os principais fatores associados à qualidade do sono em crianças na idade escolar, incluindo aspectos como ambiente familiar, rotina de sono e presença de doenças crônicas.I